“Bolsonaro é um turista nos EUA”, diz presidente do Republicanos

Poder 360

O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter viajado para os Estados Unidos e deixado a oposição sem um líder depois de perder as eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro foi para Orlando em 30 de dezembro de 2022 e não tem data para voltar ao Brasil.

“Se ele fosse líder da oposição, ele teria de estar fazendo oposição aqui no Brasil. Ele é um turista nos Estados Unidos. (… ) Você só faz oposição presente”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo publicada neste sábado (11.mar.2023).

Sobre um possível sucessor de Bolsonaro, Pereira citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Podemos), mas avaliou que “ainda é cedo” para falar do assunto.

“Tarcísio foi eleito porque São Paulo nunca elegeu o PT ao governo do Estado. O Tarcísio tem os méritos dele. Eu vou dizer uma outra coisa: se Tarcísio fosse o candidato a presidente —e não o Bolsonaro—, ele seria o presidente da República, não o Lula”, opinou o deputado. “Algumas pesquisas qualitativas demonstraram isso”, afirmou.

Além de Tarcísio, Pereira citou os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), como políticos que poderá apoiar nas eleições presidenciais de 2026.

Segundo Pereira, “Lula não ganhou a eleição. Foi Bolsonaro que perdeu”, por causa de “uma sucessão de erros”. Citou embates públicos, hostilidade a jornalistas e a mulheres, má gestão da pandemia e críticas ao Judiciário como causadores de instabilidade no antigo governo.

Também mencionou os planos do ex-ministro da Economia Paulo Guedes de retirar a obrigatoriedade de reajuste do salário mínimo pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação, e discursos erráticos de Guedes: “Falou muita bobagem. Falou que até empregada doméstica vai para Disney, que filho de porteiro vai para universidade”.

Pereira disse que os episódios envolvendo a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que apontou uma arma para pessoas nas ruas de São Paulo, e o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que atirou contra agente da PF (Polícia Federal), também influenciaram na derrota de Bolsonaro.

Por outro lado, o deputado mencionou que o atual governo também “está errando” ao não governar para todos. Mencionou preocupações com as políticas estatizantes do PT e com a possibilidade de Lula assumir uma postura revanchista.

O congressista, porém, elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Pelo que vejo e ouço do setor produtivo, ele tem surpreendido a todos positivamente. Eu torço para que dê certo, porque se der certo, vai ser bom para o Brasil.”.