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'É visível que é uma armação do Moro', diz Lula sobre plano para atacar senador

REAÇÃO PRESIDENCIAL

'É visível que é uma armação do Moro', diz Lula sobre plano para atacar senador

O Globo

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira, que desconfia que o plano para atacar o senador Sergio Moro (Uniao-PR) é uma “armação” do ex-juiz da Lava-Jato. A declaração foi dada pelo petista durante sua visita ao Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio, onde está a linha de produção do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil.

 

Ao ser indagado como via o plano criminoso revelado pela Polícia Federal (PF) de atacar Moro e outras autoridades, o presidente reagiu:

 

— Eu não vou falar, porque acho que é mais uma armação do Moro, mas eu quero ser cauteloso. Eu vou descobrir o que aconteceu — disse Lula, enfatizando novamente:

 

'É visível que é uma armação do Moro', diz Lula sobre plano para atacar senador

 

— É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e vou saber porquê da sentença. Até fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele, mas isso a gente vai esperar. Eu não vou ficar atacando ninguém sem ter provas. Eu acho que é mais uma armação e, se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda. Aí eu não sei o que ele vai fazer da vida, se ele continuar mentindo do jeito que está mentindo.

 

Lula se referiu à operação Sequaz, realizada pela Polícia Federal na quarta-feira, que prendeu nove suspeitos de planejarem ataques contra diversas autoridades, entra elas Moro e o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya.

 

A operação foi chancelada pela juíza Gabriela Hardt, que assinou os mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos pela PF. A magistrada substituiu o próprio Moro na Operação Lava-Jato quando o ex-juiz pediu exoneração do cargo, no fim de 2018, para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro.

 

Atualmente, Hardt voltou a ser juíza substituta na 13ª Vara Criminal, hoje comandada pelo juiz Eduardo Fernando Appio. Embora a força-tarefa da Lava-Jato tenha sido encerrada em 2021, processos decorrentes dela ainda tramitam. A operação desta quarta-feira, no entanto, ocorreu no âmbito da 9ª Vara Criminal, cuja magistrada titular saiu de férias na semana passada, o que levou a uma redistribuição do inquérito, com as decisões ficando a cargo de Hardt.

 

Lula  visita ao Complexo Naval de Itaguaí — Foto: Luiz Gomes/Fotoarena

 

Ontem, algumas horas após a operação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, cobrou seriedade de políticos que foram às redes politizar o caso e levantar falsas suspeitas.

 

— É vil, leviana e descabida qualquer vinculação a esses eventos com a política brasileira. Eu fico realmente espantado com o nível de mau caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria. Investigação essa que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo — afirmou Dino.

 

Gesto de aproximação com Forças Armadas

Em um gesto para se aproximar das Forças Armadas, o presidente visitou o Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. No local, funciona a linha de produção do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha do Brasil.

 

Acompanharam a vista a primeira-dama Janja da Silva; a ministra do Turismo, Daniela Carneiro; o senador Renan Calheiros; a embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet; a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Barbosa de Oliveira Santos; e o ministro Chefe do GSI, General de Divisão Gonçalves Dias.

 

A principal estratégia do petista para melhorar a relação do governo com os militares é a retomada de investimentos em projetos de interesse das tropas, como é o Prosub.

 

Lula  visita ao Complexo Naval de Itaguaí, onde funciona a linha de produção do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha — Foto: Gabriel de Paiva/ Agência O Globo

 

A relação com a caserna que já era de desconfiança devido ao alinhamento ideológico da instituição com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), começou ainda mais turbulenta em seu novo governo com os ataques do dia 8 de janeiro e a consequente demissão do comando do Exército.

 

Ao longo de seu mandato, Bolsonaro também visitou o complexo de Itaguaí para participar do lançamento do submarino Humaitá. Lula visitou essa mesma embarcação que está em fase de testes e deverá ser entregue em pleno funcionamento à Marinha ainda neste ano.

 

O projeto do Prosub inclui a construção de quatro submarinos de propulsão convencional — com motores diesel-elétricos de fabricação francesa — e uma quinta embarcação de propulsão nuclear, com previsão de entrega somente em 2031.

 

O programa prevê um investimento total de R$ 37,1 bilhões e é fruto de uma parceira estratégica de transferência de tecnologia com a França.

 

Além da promessa de investimentos em projetos caros à caserna, Lula prevê participar de formaturas de oficiais ao longo do ano, como forma de demonstrar prestígio aos militares. O mesmo expediente foi seguido por Bolsonaro ao longo de seu mandato.

 

O principal desafio do petista é estabelecer uma boa relação com as cúpulas hierárquicas das Forças, que se politizaram ao longo dos últimos anos e influenciam ideologicamente toda a tropa.

 

— Lula está vindo colher uma semente do que ele plantou em 2008 — disse o Contra-Almirante Luiz Roberto Cavalcanti.

 

A agenda também reforça a promessa de campanha do petista de retomar o investimento na indústria naval do Rio de Janeiro.

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