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VGBL com novo IOF: veja quanto perde quem investe herança ou venda de imóvel

Decreto de maio deste ano passou a cobrar 5% de IOF sobre aportes em planos de VGBL que ultrapassem os R$ 300 mil em 2025 e superem os R$ 600 mil em 2026

VGBL com novo IOF: veja quanto perde quem investe herança ou venda de imóvel

A nova tributação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre aportes em planos de previdência VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) pode pesar no bolso até de quem não faz parte da alta renda, dizem os especialistas consultados pelo InfoMoney.

Para exemplificar esse impacto, Gleisson Rubin, diretor de Previdência da MAG, traz um caso comum: uma pessoa que vendeu uma casa por R$ 1 milhão e decidiu aplicar o valor em um VGBL.

Pelas regras que passam a valer em 2026, os primeiros R$ 600 mil aportados no plano estariam isentos do imposto. Mas os R$ 400 mil restantes teriam cobrança de 5% de IOF, o que equivale a R$ 20 mil já na largada. “Em valores nominais já é um valor importante, mas o problema não está só aí”, ressalta Rubin.

sso porque o imposto não representa apenas a perda imediata, mas também o efeito dos juros compostos ao longo do tempo. Uma simulação feita pelo executivo mostra que, em um cenário de IPCA + 4% ao ano, os R$ 20 mil poderiam se transformar em mais de R$ 100 mil após 20 anos.

“Não estou tirando do investidor só 5% do valor que excede R$ 600 mil, mas estou tirando de um investidor que não é rico, que não é alta renda, a possibilidade dele contar com mais de R$ 100 mil, nesse nosso exemplo, na sua reserva para a aposentadoria.”

— diz Gleisson Rubin, da MAG

Apesar do impacto, Rubin lembra que o VGBL ainda pode ser vantajoso em relação a outros investimentos. Isso porque, após 10 anos, a alíquota de Imposto de Renda cai para 10% — percentual menor do que o aplicado na renda fixa (15%) ou em ações (20%).

“No final do dia, tem que fazer a conta na ponta do lápis para ver se o VGBL continua sendo uma aplicação vantajosa para o investidor, de acordo com a sua necessidade específica”, observa Rubin.

O executivo reforça ainda os dois principais diferenciais dos planos da modalidade VGBL, que continuam mesmo com a mudança na cobrança do imposto:

  • Os recursos acumulados não vão para o inventário, ou seja, no falecimento do titular do plano os herdeiros já teriam acesso imediato ao valor das aplicações;
  • Quem contrata o plano VGBL pode definir livremente quem será o seu beneficiário, ou seja, os beneficiários não precisam ser necessariamente os herdeiros legais.

Histórico

Um decreto de maio deste ano passou a cobrar 5% de IOF sobre aportes em planos de VGBL que ultrapassem os R$ 300 mil em uma mesma seguradora em 2025, e superem os R$ 600 mil em 2026 (somados todos os planos em diferentes entidades).

O decreto foi derrubado pelo Congresso na sequência e restituído em 16 de julho por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Leia mais: Previdência perde R$ 3,1 bi em junho com IOF e cautela; veja impacto para investidor

Por conta da medida, o mercado de previdência complementar aberta registrou uma captação líquida negativa de R$ 3,1 bilhões em junho de 2025, segundo levantamento divulgado este mês pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), que representa as empresas que operam no setor.

O resultado representa uma queda de 170,8% em relação a junho de 2024, ou seja, R$ 7,5 bilhões a menos.

Os prêmios e contribuições somaram R$ 8,2 bilhões, retração de 44,9% frente ao mesmo mês do ano anterior, enquanto os resgates subiram 7,6%, totalizando R$ 11,4 bilhões.

Ao todo, existem cerca de 13,6 milhões de planos de previdência aberta no país, sendo a maioria (62%) do tipo VGBL, seguido pelos planos PGBL (23%) e os demais distribuídos nos planos tradicionais.

 

 

 

 

Fonte: InfoMoney25

Jamille Niero

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