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Ex-primeira-dama do Peru chega ao Brasil após ser condenada com marido por esquema de corrupção da Odebrecht

Nadine Heredia pediu asilo na embaixada brasileira em Lima e recebeu salvo-conduto da presidente do Peru para deixar o país com o filho

Ex-primeira-dama do Peru chega ao Brasil após ser condenada com marido por esquema de corrupção da Odebrecht
O ex-presidente do Peru Ollanta Humala fala a jornalistas, ao lado de sua esposa, Nadine Heredia, quando já era acusado de lavagem de dinheiro

BRASÍLIA – Ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia deve desembarcar em Brasília nesta quarta-feira (16), um dia após ser condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro e entrar na embaixada brasileira em Lima, na capital peruana, para pedir asilo e evitar a prisão ordenada pelo juiz do caso.

Horas depois, a presidente do Peru, Dina Boluarte, concedeu salvo-conduto para permitir que Nadine deixasse a representação diplomática e viajasse para o Brasil com o filho, que tem menos de 18 anos. Já o marido dela, o ex-presidente Ollanta Humala, 62 anos, decidiu ficar no Peru e acabou preso.

O casal foi condenado nesta terça-feira (15) a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, por receber propinas da construtora brasileira Odebrecht (atual Novonor) e do governo venezuelano durante suas campanhas eleitorais de 2006 e 2011. A defesa do ex-presidente disse que vai recorrer.

A sentença divulgada na terça encerrou mais de três anos de audiências contra Humala, ex-líder de centro-esquerda que governou o Peru entre 2011 e 2016. Ele foi acusado de lavagem de ativos por ocultar o recebimento de US$ 3 milhões da Odebrecht em doações ilegais para a campanha de 2011, que o levou à presidência.

Mas, na campanha derrotada de 2006, Ollanta Humala e Nadine Heredia também teriam desviado US$ 200 mil enviados pelo então presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O Minsitério Público peruano diz que o dinheiro foi mandado por Chávez “através de transferências bancárias com a empresa de investimentos Kayzamak”.

A promotoria havia pedido 20 anos de prisão para Humala e 26 anos para Heredia, a quem também acusou de ocultação de fundos mediante “compras de bens imóveis com dinheiro da Odebrecht”. O casal sempre negou ter recebido dinheiro de Chávez ou de qualquer empresa brasileira.

Escândalo da Odebrecht atingiu quatro ex-presidentes peruanos

Na noite de terça-feira, Humala foi levado para uma pequena prisão em uma base da polícia na zona leste de Lima, onde estão presos os ex-presidentes Alejandro Toledo e Pedro Castillo.

Humala é o segundo ex-presidente peruano condenado pela justiça de um total de quatro ex-chefes de Estado envolvidos no esquema de corrupção da Odebrecht no país. Alejandro Toledo (2001-2006) foi condenado a mais de 20 anos de prisão, no ano passado, por receber subornos em troca de obras em seu governo.

Pedro Pablo Kuczynski (2016 - 2018) está em prisão domiciliar provisória, uma medida cautelar a pedido de uma equipe da força-tarefa peruana, que o investiga por corrupção no período em que foi ministro do governo de Toledo, por ter concedido duas licitações à empreiteira brasileira.

Alan García, que foi presidente do Peru por dois mandatos (1985-1990 e 2006-2011), se matou em 2019, após saber que seria preso preventivamente por conexão com os subornos da Odebrecht.

Em 2016, a Odebrecht admitiu ter feito pagamentos indevidos totalizando cerca de US$ 788 milhões para obter contratos de obras públicas em vários países da América Latina, incluindo o Peru.

Em 2000, em meio a um escândalo de corrupção, o Congresso destituiu o então Alberto Fujimori por “incapacidade moral permanente”. Ele estava no poder desde 1990 e havia enviado sua renúncia por fax do Japão, para onde fugiu dias antes de ser derrubado.

Extraditado do Chile, em 2009, Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra a humanidade. Após mais de uma década na cadeia, ele foi libertado em 2023 e morreu no ano passado, vítima de câncer. Sua filha, Keiko, tornou-se líder da oposição. Ela cumpriu 15 meses de prisão preventiva, entre 2018 e 2020, por envolvimento com a Odebrecht. (Com AFP)

 

 

 

Fonte: O Tempo

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