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Nova cara das pessoas

ONOFRE RIBEIRO

Nova cara das pessoas

Em casa temos uma cadelinha da raça yorkshire, herança da minha neta Alice que se mudou pro Nordeste com os pais Tiago e Mariana.  Não tendo como levá-la, ficou comigo e com a minha mulher Carmem. Rapidamente ela se incorporou ao nosso cotidiano e já ocupa um espaço enorme nas nossas vidas. Gosta muito de passear. Aliás, esta é a sua palavra mágica. Ouviu e já entra numa ansiedade imensa. Vale a pena vê-la agitadíssima na espera pra sair de casa.

        

Normalmente caminho com ela no bairro onde moramos ou no campus da UFMT. Solto a coleira e deixo-a correr ao seu gosto. A partir daí começa a segunda parte deste artigo. Nos bairros Shangrilá, Califórnia, Boa Esperança e campus da UFMT, além da calçada na avenida que liga a Fernando Correa com a Archimedes Pereira Lima, existem casinhas improvisadas para alimentação de animais de rua.

        

Nas minhas andanças com Chiquinha além desses locais de alimentação, encontramos pessoas colocando ração pros animais de rua. A maioria são gatos. Cito isso porque trata-se de um comportamento novo que até pouco tempo não existia. Parece que esse olhar humano sobre os animais de rua é uma das consequências da covid. O isolamento forçado das pessoas em casa levou-as a perceber a existência dos animais domésticos, mesmo os que moram nas ruas e não tem dono.

 

O que tenho percebido nessas caminhadas com a Chiquinha é que a sociedade está se humanizando melhor. O preconceito contra animais de rua sempre foi grande. Agora vejo um olhar de compaixão. Isso representa uma grande evolução. Pessoas parecem ter descido do pedestal do status social e percebem o seu redor.

 

Me anima muito esse tipo de comportamento, não por ele apenas, mas porque mostra pessoas olhando com compaixão pro seu entorno. Tenho idade suficiente pra ter um conceito da dureza das pessoas em relação ao seus amigos e parentes. Imagina com os animais. Antes os animais eram tratados na ponta do sapato.

        

Depois que ganhamos a Chiquinha passei a olhar mais pra esse lado da vida. Percebi o surgimento de uma enorme quantidade de petshops em Cuiabá e neles o tratamento humanizado dos pets.

        

Pode parecer utopia, mas os animais domésticos estão ensinado a nós humanos o valor da vida e da companhia desinteressada. Companheirinhos tão amáveis.

        

No começo as minhas caminhadas com ela eram uma obrigação pro estresse de ficar dentro de casa muito tempo. Agora não. É uma prazer perceber a sua inteligência, alegria e o prazer de correr solta como criança. E, de repente, a dureza da vida se desmancha nas graças dos pets que nos rodeiam. Vejo nas pessoas que alimentam os pets ou os recolhem das ruas, uma nova geração de gente humanizada dotada desse sentimento maravilhoso da compaixão!

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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