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Aprovada pela Assembleia, Lei da Pesca em MT poderá ser revogada em três anos

Aprovada pela Assembleia, Lei da Pesca em MT poderá ser revogada em três anos

REDAÇÃO

Por 15 votos a favor e 8 contrários, os deputados da Assembleia de Mato Grosso (ALMT) aprovaram, com ressalvas, em segunda votação, o Projeto de Lei do Executivo (PL 1363/2023), denominado Transporte Zero, que proíbe o transporte, armazenamento e comercialização de pescado nos próximos cinco anos, em Mato Grosso.

A sessão ordinária ocorreu nesta quarta-feira (28), com a presença dos parlamentares, cidadãos e autoridades do setor pesqueiro. Agora, o substitutivo integral do PL (texto com alterações, mas sem descaracterizar a mensagem original) segue para redação final e, em seguida, será enviado para sanção do governo estadual.

Para o presidente da ALMT, deputado Eduardo Botelho (União Brasil), foi uma discussão dura até chegarem a um projeto que, segundo ele, fosse menos prejudicial aos pescadores. “Houve melhorias. No final, conseguimos impor uma trava de três anos e se não estiver dando certo, vamos acabar com ele. Também estipulamos que sejam firmados convênios com entidades públicas e privadas, devendo priorizar alocação de R$ 40 milhões da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf) e Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), agregando apoio às colônias de pescadores”.

De acordo com novo texto da PL 1363/2023, o Estado deverá promover o desenvolvimento de alevinos de espécie nativas e incentivar a implantação de tanques e outras atividades de piscicultura com objetivo de proteger o processo produtivo e manter o estoque pesqueiro. O pagamento de auxílio pecuniário, no valor de um salário mínimo, e o direito à aposentadoria dos pescadores, também ficaram garantidos nesses três anos.

Para o texto do substitutivo, Botelho solicitou a inserção, no capítulo IV, que trata das modalidades da pesca, no artigo 19-A, a permissão do “pesque e solte”, exceto no período da piracema.

Ao que se refere à trava de três anos, uma comissão do Observatório Social, que será criada na ALMT, deverá avaliar os seguintes itens:

I – Melhoria das condições ambientais em decorrência da aplicação da lei;

II- Aumento no estoque pesqueiro nos rios;

III- Evolução do turismo de pesca no Estado;

IV- Análise econômica das condições da cadeia produtiva da pesca considerando em especial os pescadores, produtores e vendedores de iscas, pousadas e demais segmentos impactados pela lei.

V- Avaliação do auxílio pecuniário, com base na apuração do cenário econômico na época.

No parágrafo 2º complementa: Concluída apuração, o Poder Executivo encaminhará projeto de lei, propondo as adequações.

Cerca de 1700 pessoas, acompanharam da galeria, auditórios, teatro Zulmira Canavarros e por meio do telão montado na área externa, a sessão desta manhã na Assembleia. A base do governo, representada pelos parlamentares Dilmar Dal Bosco (União Brasil) e Carlos Avallone (PSDB), também pontuaram as melhorias na mensagem. “Entendemos que o projeto aprovado é bom para pescador e para o Estado”, disse o parlamentar, presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da ALMT.

Já os deputados Lúdio Cabral (PT) e Wilson Santos (PSD) fizeram discursos pontuais contra a votação do PL 1363. “Perdemos uma batalha, mas vamos ao Poder Judiciário, Advocacia-Geral da União (AGU) e ao presidente da República. Continuaremos juntos com os mais humildes. Pois quem estraga os rios não são pescadores, e sim, barragens e hidrelétricas”, disse Wilson Santos, que elogiou Botelho por permitir a realização de várias audiências públicas e na condução de todo processo.

Eduardo Botelho assegurou que a proposta fosse amplamente debatida pelos deputados da Casa de Leis. Ao todo, foram realizadas cinco audiências públicas e uma reunião nos municípios de Cuiabá, Santo Antônio de Leverger, Cáceres, Barão de Melgaço, Barra do Bugres e Rondonópolis. Toda a rede envolvida com a pesca artesanal foi ouvida: pescadores, ribeirinhos, pesquisadores, indígenas, comerciantes, vereadores, donos de pousadas, microempreendedores e toda sociedade civil organizada.

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