O Governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), manifestou sua indignação em relação à decisão do Carrefour, rede francesa de varejo, de não mais adquirir carne do Mercosul, e fez um apelo para que o Governo Federal se posicione "firmemente" sobre o assunto. Em entrevista ao programa Money News, da rádio CBN Brasil, o governador afirmou que a atitude da rede varejista é um desrespeito à produção brasileira e desafiou a soberania da legislação do país.
A decisão foi anunciada recentemente pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, e gerou repercussão no Brasil, dado o papel crucial que o país desempenha no mercado global de carnes. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de aves, e Mato Grosso possui o maior rebanho bovino do país. Para Mendes, a medida é parte de uma "guerra comercial" que busca prejudicar os produtores brasileiros, especialmente no setor agropecuário.
Reação à Decisão Francesa
Mendes criticou a postura do Carrefour, argumentando que a França não chega nem perto das proteções ambientais do Brasil. “Eles não chegam perto da proteção ambiental que temos no nosso país. No fundo, é uma guerra comercial”, declarou. O governador também mencionou que o boicote pode se tornar uma tendência, citando o exemplo da Danone, que foi a primeira a adotar uma postura semelhante ao anunciar um boicote a produtos brasileiros.
Para o governador, a resposta do Governo Brasileiro deve ser à altura do desafio, e ele sugeriu uma ação de boicote aos produtos franceses no Brasil. "Vamos boicotar o Atacadão e o Carrefour, porque eles estão nos boicotando", disse, destacando que a medida não se limita ao setor de carnes, mas também incluiria produtos franceses como queijos, vinhos e perfumes. Mendes afirmou que o objetivo é que o Brasil adote uma postura de "reciprocidade" nas relações comerciais.
Proposta de Projeto de Lei
Com o intuito de formalizar sua proposta, o governador anunciou que recorrerá à bancada federal de Mato Grosso para apresentar um projeto de lei no Congresso Nacional. Segundo ele, a ideia é criar uma legislação que estabeleça a "Lei da Reciprocidade", permitindo ao Brasil retaliar produtos franceses no país em resposta ao boicote a seus produtos no mercado francês.
“Eles querem ficar vendendo queijo, vinho, perfume e os produtos deles livremente aqui no Brasil. Eu vou propor isso no Congresso Nacional: criar uma lei dentro do princípio da reciprocidade”, disse Mendes, acrescentando que em um mercado globalizado, as relações comerciais devem ser baseadas na competição justa e no respeito mútuo.
Posicionamento do Ministério da Agricultura e Carrefour
Em resposta às declarações de Mendes, o Ministério da Agricultura do Brasil se posicionou, afirmando que não acredita em um movimento coordenado de empresas francesas para dificultar a formalização do Acordo Mercosul-União Europeia, que atualmente está em negociação.
Por sua vez, o Carrefour França explicou que a decisão de não adquirir carne do Mercosul se aplica exclusivamente às lojas na França e que a medida não tem relação com a qualidade dos produtos brasileiros, mas com uma demanda do setor agrícola francês em meio a uma crise interna. Em nota, a empresa ressaltou que essa mudança não afeta as operações do Carrefour fora da França.
A disputa sobre a carne do Mercosul e o posicionamento das empresas francesas seguem sendo um ponto de tensão nas relações comerciais entre Brasil e Europa, e a proposta de boicote de Mauro Mendes levanta questões sobre o equilíbrio entre soberania nacional e as dinâmicas do comércio global.
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