"Juíza aposentada nega acusação de deixar ex-governador nu antes de depoimentos"

A juíza aposentada Selma Arruda refutou a alegação de que deixava o ex-governador Silval Barbosa nu antes de seus depoimentos durante as investigações da Operação Sodoma.

A acusação foi feita pelo advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que na época atuava na defesa de Silval.

Eu acredito que ele está sem argumentos, porque isso não é possível. Quanto tempo faz desde que me aposentei? Quanto tempo faz desde que esse homem foi preso? É algo completamente absurdo", afirmou a magistrada.

"Como eu poderia deixar o homem nu? Primeiro, ele estava em uma cela muito especial e sendo tratado com muito cuidado. Segundo, eles vinham para a audiência e todos os réus ficavam em uma área reservada. Não sei quando ele teria a oportunidade de ficar nu", disse.

A declaração de Kakay foi feita ao canal MyNews, do YouTube, quando questionado sobre as ações arbitrárias do senador Sérgio Moro enquanto era juiz na Operação Lava Jato.

O advogado afirmou que as atitudes de Selma contra o ex-governador eram um exemplo dessa arbitrariedade que existe no Judiciário e mencionou o fato de a juíza aposentada ser conhecida como "Sérgio Moro de saia".

Ao criticar a conduta do advogado, Selma mencionou o episódio em que Kakay entrou de bermuda no Supremo Tribunal Federal (STF), desrespeitando o código de vestimenta da Corte. O caso ocorreu em 2019 e, na ocasião, o jurista se desculpou pela atitude.

"Prefiro ainda ser comparada a Moro, o que para mim é uma grande honra, do que ser um advogado sem escrúpulos, que vai ao STF de bermuda", afirmou Selma.

"A advocacia também deve ter ética. Se ele acha que fui autoritária, deveria ter me representado na época, ter feito algo em vez de buscar mídia para caçar algum corrupto local para contratá-lo".