Estudos analisam a relação das chamadas "canetas emagrecedoras" com contraceptivos
Com a popularização de medicamentos como Ozempic, Mounjaro e Wegovy, indicados para tratar diabetes tipo 2 em adultos, mas que também podem estimular a perda de peso, cresce o número de relatos dos chamados "bebês Ozempic".
Essas crianças seriam frutos de pacientes que, mesmo tomando anticoncepcionais orais, engravidaram ao utilizarem substâncias como semaglutida e tirzepatida.
Inclusive, casos de gestações não planejadas relatadas por pacientes que usam "canetas emagrecedoras" fez a agência reguladora de medicamentos do Reino Unido publicar, neste mês, uma série de recomendações sobre o uso desses fármacos por mulheres em idade reprodutiva.
Nesta coluna, entenda se Ozempic, Mounjaro, Wegovy e outros remédios do tipo podem interferir na ação de anticoncepcionais. E mais: saiba quais são as indicações de especialistas para tentar evitar que isso aconteça.
Para entender como esses "bebês Ozempic" podem ser gerados é necessário compreender como a classe de medicamentos funciona.
Chamados de agonistas GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1), esses fármacos reduzem os níveis de açúcar no sangue ao imitar o efeito do hormônio GIP (Polipeptídeo Inibitório Gástrico), responsável por regular a glicose no organismo. Eles aindaretardam o esvaziamento gástrico, prologando a sensação de saciedade.
Porém, uma revisão científica, publicada em abril deste ano no jornal Doverpress, aponta que essa classe de remédios pode ter potencial para interferir na eficácia de anticoncepcionais orais, aumentando as chances de gestações não planejadas em mulheres em idade reprodutiva.
No estudo, os especialistas analisaram as interações medicamentosas entre diversos fármacos, incluindo contraceptivos, e detalharam que estudos demonstraram alterações farmacocinéticas significativas na administração de Mounjaro (5 mg dose única) em conjunto com anticoncepcionais orais. Os cientistas ainda destacaram a relação dessas sustâncias com comprimidos de semaglutida.
Segundo a revisão, por essas substâncias retardarem o esvaziamento gástrico, é possível queinterfiram na absorção e, consequentemente, na eficácia de alguns fármacos orais, o que inclui as pílulas anticoncepcionais.
A capacidade de outros medicamentos reduzirem o efeito de contraceptivos orais não é uma novidade. Diversos estudos científicos indicam que alguns remédios, como antibióticos, antifúngicos, anticonvulsionantes e antidepressivos, podem comprometer a eficácia desses fármacos.
Os autores do estudo frisam que, apesar da possibilidade de interação entre os agonistas GLP-1 com contraceptivos orais, a relação ainda não está totalmente definida, e estudos adicionais são necessários.
Para evitar a possível interferências entre esses medicamento e contraceptivos, os pesquisadores sugerem que pessoas com útero em idade reprodutiva devem:
Por fim, os especialistas frisam que tratamentos envolvendo agonistas GLP-1 exigem acompanhamento e monitoramento próximos, principalmente se o paciente utilizar substâncias de administração oral, como pílulas anticoncepcionais
fonte diariodonordeste
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Foto: Valeriia Sakhno/Shutterstock
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