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Ex-executivo da Americanas vê dificuldade em achar emprego após escândalo e abre bar na Rocinha

Ele afirmou aos procuradores que foi desligado da empresa em uma reunião da qual só participaram advogados

Ex-executivo da Americanas vê dificuldade em achar emprego após escândalo e abre bar na Rocinha

O ex-diretor financeiro da Americanas, Fábio da Silva Abrate, abriu um bar na Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, após enfrentar dificuldades para se recolocar profissionalmente. A informação foi revelada na delação premiada firmada por Abrate e incluída na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sobre o escândalo contábil envolvendo a varejista.

Segundo o executivo, desde sua demissão da Americanas em 2023, ele tentou retornar ao mercado por meio da abertura de uma consultoria e teve uma breve passagem pela rede de moda Zinzane. No entanto, as circunstâncias da sua saída da empresa, na qual trabalhou por 20 anos, impactaram sua imagem e dificultaram as oportunidades. 

Ele afirmou aos procuradores que foi desligado da empresa em uma reunião da qual só participaram advogados.

O estabelecimento, batizado de Brasa Boteco, foi inaugurado em janeiro de 2024. De acordo com trechos da delação obtidos pela Folha de S.Paulo, o bar começou como uma sociedade entre Abrate, seu pai — que detinha 20% — e um gerente de bares morador da Rocinha, com 10%. Seis meses depois, ele adquiriu a parte do sócio minoritário e passou a ter 80% da empresa, mantendo o pai como sócio.

Segundo a Folha, em nota, Abrate não comentou sobre a delação, mas explicou os motivos para investir na Rocinha. O bar oferece música ao vivo e transmissões de partidas de futebol.

“Identifiquei uma oportunidade de criar um estabelecimento que entregasse dignidade à população por meio de ambiente limpo, alegre, bem reformado, com boa comida e boa bebida, gerando emprego para as pessoas locais, com bom atendimento ao público (morador atendendo morador) e cobrando um valor justo por isso”, escreveu. 

Desgaste de imagem impôs abertura de bar na Rocinha

Aos procuradores, ele contou que o bar ainda não dava lucro e que o faturamento girava entre R$ 120 mil e R$ 130 mil. A decisão de empreender no ramo da gastronomia foi tomada após constatar que seria difícil voltar ao mercado executivo devido ao desgaste de imagem causado pelo caso Americanas. Ele tentou manter a consultoria em paralelo, mas afirmou que não conseguiu atrair clientes.

Abrate também relatou ao MPF sua breve experiência na Zinzane. Inicialmente, foi convidado a se juntar à equipe devido à empresa de moda ter absorvido outro ex-executivo da Americanas no mesmo período. 

A proposta inicial era de uma remuneração de menos de R$ 50 mil mensais, mas ele optou por um pacote parcial de R$ 25 mil, que lhe permitiria uma carga horária menor para se dedicar a outros projetos. Depois, tentou renegociar para R$ 100 mil por dedicação exclusiva. 

No entanto, segundo afirmou, deixou o cargo menos de um mês após iniciar as atividades devido à deflagração da Operação Disclosure, pela Polícia Federal, em junho de 2024.“Meu início presencial na Zinzane foi na segunda quinzena de junho de 2024, e a operação da PF foi no dia 27 de junho de 2024”, explicou Abrate em nota à Folha. 

A rede de moda Zinzane ainda não se pronunciou sobre o assunto.

 

 

 

 

 

 

 

fonte diariodonordeste

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