Foram anos de busca por justiça até que, em 2016, 16 anos após o início dos abusos, ela conseguiu detê-lo
Aos 25 anos, a policial civil Jessica Martinelli, de Chapecó (SC), viveu um momento marcante na vida profissional e pessoal: prendeu o homem que a abusou sexualmente durante a infância. O agressor, um amigo da família, cometeu os crimes entre os 9 e os 11 anos e meio de Jessica. Foram anos de busca por justiça até que, em 2016, 16 anos após o início dos abusos, ela conseguiu detê-lo. A trajetória de vida dela é contada em livro lançado por Jessica e foi tema de reportagem do g1.
Jessica denunciou os abusos aos 15 anos, mas encontrou dificuldades para que as autoridades levassem o relato a sério. Segundo Jessica, a falta de acolhimento e o despreparo das instituições a marcaram profundamente, mas também moldaram sua trajetória.
Por esse motivo, Jessica escolheu ingressar na carreira policial, com o objetivo de ser a voz de outras vítimas que, assim como ela, enfrentam barreiras para denunciar seus agressores.
Aos 25 anos, pouco mais de um ano após se tornar policial civil, Jessica teve a oportunidade de cumprir o mandado de prisão contra o próprio agressor. No dia 22 de dezembro de 2016, ela prendeu o homem que lhe tirou a infância. O momento representou não apenas o encerramento de um longo processo de busca por justiça, mas também um recomeço para a vida.
Oito anos após a prisão do agressor, aos 33 anos, Jessica lançou o livro "A Calha", onde compartilha a trajetória de dor, superação e resistência. A obra não apenas narra os abusos sofridos, mas também reflete sobre os impactos da violência sexual infantil e o longo caminho que percorreu até conseguir justiça.
No livro, Jessica descreve como os abusos só cessaram após o rompimento da amizade entre sua família e o agressor. Durante anos, ela sofreu calada, sem encontrar um ambiente seguro para compartilhar sua dor. A história, ela conta, busca trazer conforto e acolhimento a outras vítimas que enfrentam o peso do silêncio e da culpa.
"A Calha" é um relato emocionante e visceral de Jessica, que transforma a dor em uma poderosa narrativa de superação. A história se inicia com a infância de Jessica, marcada por alegrias e por um ambiente familiar tumultuado e negligente.
Entre as lembranças de brincadeiras e dores em uma calha, além de um cotidiano repleto de brigas e traições, a autora leva o leitor a uma jornada dolorosa, mas também de resiliência e força. A autora explora a complexidade da violência sexual infantil e suas marcas deixadas ao longo da vida.
A trajetória de enfrentamento e transformação culmina na sua conquista de se tornar policial, quando enfrenta e prende o agressor. "A Calha" é uma reflexão profunda sobre o impacto da violência, a luta por justiça e a capacidade humana de se reinventar, oferecendo uma visão crítica e esperançosa sobre a resistência e a coragem diante das adversidades.
fonte diario do nordeste
NOTÍCIA ANTERIOR
Neste domingo de Páscoa na região do condomínio Milton Figueiredo, um trecho de aproximadamente 14 km está enfrentando...
Faça um comentário // Expresse sua opinião...
Veja os últimos Comentários