Gabriel Novis Neves
O Presidente Eurico Gaspar Dutra nasceu na Várzea de Ana Poupino, no bairro do Porto, 2º Distrito da cidade de Cuiabá, no dia 18 de maio de 1883.
Esse local ribeirinho era inundado constantemente pelas enchentes do rio Cuiabá, até desaparecer.
Quando o Presidente Dutra assumiu o poder, ele veio visitar a sua cidade local, onde recebeu todas as honrarias de um Chefe de Estado.
Eu era garoto e desfilei pelo colégio dos salesianos São Gonçalo na parada cívico-militar, diante do palanque do Presidente em frente ao Grande Hotel.
Após a solenidade era praxe a colocação de uma placa de bronze na parede da casa onde havia nascido o Presidente.
Por ser o Dutra de uma família muito pobre, era ribeirinho e a sua ‘casa-maternidade’ foi levada por uma das enchentes do Cuiabá.
O cerimonial da Presidência encontrou a solução com o Prefeito Manuel José de Arruda.
Ele ofereceu a casa dos seus pais, colada à sua residência que ficava na rua Joaquim Murtinho, próximo ao Grande Hotel.
Não sei se essa ‘fake-placa’ ainda se encontra lá.
Só para recordar, Dutra perdeu as eleições em Cuiabá, por ser considerado um mau filho.
Como militar estava sempre viajando, e não pode comparecer ao velório da sua mãe.
Dutra foi casado com dona Santinha, e não deixou herdeiros.
Viveu seus últimos anos no Rio de Janeiro, onde faleceu e foi enterrado.
Mais uma recordação.
Poucos sabem que o marechal Deodoro da Fonseca se casou aos 33 anos com Mariana Meireles, por acaso, em Cuiabá dos lampiões, na igreja Matriz, em 16 de abril de 1860.
Sua futura esposa não era a sua namorada.
Seu casamento aconteceu para salvar a honra da sua cunhada.
O cenário da ‘traição’ foi o antigo casarão existente na rua Cândido Mariano ao lado da igreja da Nossa Senhora da Boa Morte.
O coronel Alencastro, quando foi nomeado presidente da Província de Mato Grosso, trouxe como seu secretário militar o então capitão Deodoro da Fonseca, solteiro.
Este foi morar no casarão que abrigava o destacamento militar e o médico casado.
Deodoro passou a namorar a mulher do médico, e esta desconfiada pediu a sua irmã solteira que viesse morar com ela.
Contou tudo a ela.
Numa determinada noite o seu marido médico fingiu que dormia.
Ela saiu para ir ao quarto do Deodoro.
Ao voltar, seu marido acordado viu quando ela saiu do quarto do capitão e pediu explicações em voz alta.
Sua cunhada solteira correu para socorrê-la, dizendo que ela que estava namorando o Deodoro.
Este mandou chamar o militar e agendou o casamento com a sua cunhada para o dia seguinte, e assim foi feito.
Eles se casaram por acaso e não tiveram filhos.
Deodoro proclamou a República e foi seu 1º Presidente.
O casarão da Cândido Mariano, onde morou por anos o frei Quirino, foi tombado pelo Patrimônio Histórico.
O prédio está em ruinas, de arquitetura colonial portuguesa, construída de adobes e com pichações pelas suas paredes.
Assim é a história não escrita e ensinada.
Fonte: bardobugre
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