De acordo com o evangelho de Mateus, 3 Reis Magos ficam sabendo do nascimento de Jesus, e seguem uma estrela indo de encontro ao Rei dos Reis.
No caminho, chegam até Herodes, o Grande, que lhes diz que o menino não nasceria em Jerusalém, e sim em Belém. Novamente seguindo a estrela, chegam até a casa onde encontraram José, Maria, e uma criança chamada Jesus, o Rei dos Judeus.
Baltazar, Melquior e Gaspar saíram do Oriente levando na bagagem a fé e presentes ao menino, oferecendo lhe ouro, incenso e mirra, e até hoje fazem parte do imaginário de milhões de pessoas mundo a fora, através das folias de reis, trocas de presentes e cavalgadas.
Recentemente aqui no Brasil, 3 outros personagens fizeram história. São eles Luiz, Fernando e Francisco, que seguindo o sonho de colocar país entre os grandes da produção de carne bovina mundial, entregaram ao Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil subsídios para a elaboração do Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos, o PNIB.
O plano lançado nos últimos dias moderniza o sistema de rastreabilidade nacional, criando etapas para que, ao final dos próximos 08 anos o Brasil tenha 100% de seu rebanho bovino e bubalino totalmente identificado individualmente através de elementos visuais ou eletrônicos homologados pela autoridade sanitária.
E é claro que assim como o rei da Judéia, hoje Israel não gostou do nascimento do Messias, por aqui, várias lideranças também não gostaram do PNIB, seria uma nova guerra Santa, ou melhor uma guerra pecuária?
O fato é que o plano já é adorado por muitos, que viram a possibilidade real de agregar valor ao produto nacional e acessar mercados mais exigentes, portanto, receberem mais por isso ao mesmo tempo em que alguns o temem como o próprio Herodes temeu a Cristo.
Os 3 Magos brasileiros não trouxeram presentes, mas carregaram durante todo o processo de discussão informações técnicas, argumentos lógicos e fatos que estruturam uma proposta, de maneira unânime, que dá ao Brasil um ponto a mais do ser o maior exportador de carne bovina do mundo, o de ser o maior com todo o rebanho identificado desde a origem.
Luiz, o mais velho, trouxe a experiência de tentativas anteriores feitas em um momento histórico diferente, onde não se dava tanto valor para a exportação. Fernando é o mais qualificado, conhecedor do mundo inteiro, ele contribuiu com uma visão holística do processo e como a indústria poderia contribuir. Já Francisco, defendeu a agregação de valor e o reconhecimento de que as boas práticas implantadas pelo produtor rural deveriam ser valoradas.
Importante destacar o papel do Ministério da Agricultura, que acompanhou todas as discussões com uma maturidade jamais vista, participando de maneira que não interferisse nas ações do setor privado, e principalmente cedendo seus técnicos para contribuir na construção.
Por fim, parabéns ao Secretário de Defesa Agropecuário, Carlos Goulart, pela lucidez com que conduziu o tema, e principalmente parabéns ao Ministro Carlos Fávaro pela coragem de lançar um programa tão complexo. Vocês já fizeram história no MAPA, e deixarão um legado indiscutível.
Viva o Plano Nacional de Identificação Individual, viva o PNIB, nossa estrela de Belém.
Luciano Vacari é gestor de agronegócios
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