Gabriel Novis Neves
O professor Helmut Daltro está escrevendo sobre os cinquenta anos do Centro de Ciências Agrárias da nossa universidade federal.
Ele teve a gentileza de me enviar a parte que escreveu.
Daltro foi nomeado por mim para implantar os cursos das ciências agrárias: agronomia, engenharia florestal, zootecnia, medicina veterinária.
Contou as peripécias que encontrou e venceu.
Muitos fatos relatados estavam dormindo no meu esquecimento.
Foram despertados pela leitura que saboreei com o gosto de hoje.
A história do ‘doce de caju’ é de uma beleza de um tempo que passou e não volta mais.
O antigo ‘Fomento Agrícola’, do Ministério da Agricultura, havia desativado há anos uma área rural no município de Santo Antônio do Leverger.
Precisávamos de uma área para implantar a Fazenda Experimental do nosso Centro de Ciências Agrárias.
Sabedor dessa situação, o nosso professor foi a um Congresso em Brasília.
Lá encontrou o ministro da agricultura, Alisson Paulinelli.
Relatou o caso, e ele aprovou de imediato a cessão dessas terras para a UFMT, mas a autorização era do Departamento de Patrimônio da União, que funcionava no Rio de Janeiro.
Helmut me telefonou e eu autorizei com passagem e diárias o seu deslocamento para o Rio.
No primeiro horário de funcionamento do departamento ele foi falar com o diretor.
Encontrou uma senhora de idade que o atendeu depois de ouvi-lo.
Quando ele disse que era de Cuiabá seus olhos encheram de lágrimas.
Disse que ficara viúva após anos de felicidades, e ela conheceu o seu marido numas férias em Cuiabá.
Relatou os lugares que frequentou, assim como a comida típica cuiabana.
Nunca se esqueceu do ‘doce de caju em caldas’ que experimentou e gostou.
Conversou bastante com o nosso diretor e se interessou pela causa.
Faria o relatório para o diretor aprovar e encaminhar ao Presidente da República para os devidos fins.
Pediu que o nosso professor a procurasse no dia seguinte.
Terminada a reunião, o Helmut me relatou os fatos e pediu que lhe enviasse com urgência um ‘vidro com doce de caju”.
Por sorte encontrei um portador que fez a encomenda chegar rapidinho ao Helmut.
No outro dia, ao encontrar com a funcionária, ela disse que havia feito o relatório e o levaria ao diretor com o Helmut.
Este tirou de uma sacola o vidro com o doce de caju e a presenteou.
A senhora chorou como agradecimento.
Hoje não existiria mais essa história e a doação seria criminalizada.
Seria corrupção e assédio sexual!
Tudo ficou tão chato e burocrático, e as demandas se perdem pelas gavetas dos ministérios.
O diretor das ciências agrárias tinha autonomia não precisando de tutela de um congressista.
Fonte:bardobugre
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