Especialistas veem falhas na condução externa do governo e alertam para riscos à economia após tarifas americanas
Sinalização contrária de Lula aos EUA começou bem antes da eleição de Trump, dizem especialistas
Montagem sobre fotos de Ricardo Stuckert / PR - 10.07.2025 e Casa Branca/Divulgação - 21.02.2025
A medida é interpretada como resposta direta à orientação ideológica da política externa brasileira — vista, por muitos, como descolada da realidade geopolítica e econômica global.
Segundo o advogado Marcelo Godke, especialista em direito internacional empresarial, a diplomacia brasileira perdeu rumo e hoje opera sem direção clara.
“Nosso posicionamento internacional virou uma colcha de retalhos. O país se alinha por afinidade ideológica, sem avaliar os impactos. No fim, estamos do lado errado da história, isolados de parceiros que valorizam liberdade e crescimento sustentável”, afirma.
Godke acredita que a retaliação tarifária é consequência de anos de tensionamento com os Estados Unidos. “Agora, o Brasil colhe o resultado de uma postura que desprezou as relações com as grandes economias ocidentais”, aponta.
A crítica é compartilhada por Luís Garcia, tributarista e sócio do Tax Group. Para ele, o governo contribuiu para o desgaste com Washington ao adotar uma postura hostil desde o início da atual administração.
“A sinalização contrária aos Estados Unidos começou bem antes da eleição de Trump. A insistência em discursos confrontativos, especialmente nas cúpulas dos Brics, tornou inevitável a reação do governo norte-americano. O resultado é esse: prejuízo comercial e diplomático”, resume.
Trump vinculou publicamente as tarifas ao processo judicial contra Jair Bolsonaro, atitude considerada “inaceitável” por Brasília. No entanto, o gesto expôs também uma fragilidade diplomática crescente, segundo o advogado Marcelo Censoni.
Para ele, a postura atual reduziu a confiabilidade do Brasil como parceiro. “Perdemos espaço e influência. Precisamos reconstruir pontes institucionais com maturidade e pragmatismo. Reagir com agressividade só agravará os danos”, diz.
Ranieri Genari, consultor da Evoinc, destaca os impactos econômicos diretos da medida.
“O agro e a indústria de base exportadora estão no centro da tempestade. Sem alternativa jurídica para contestar a decisão, o governo precisa agir com inteligência estratégica. O risco é entrar num ciclo de retração e perda de competitividade global”.
Apesar do tom crítico, os analistas são unânimes em apontar o caminho para contenção dos danos: diplomacia ativa, reposicionamento internacional e busca por consensos.
“Enfrentar a maior economia do planeta com retórica ideológica não serve ao interesse nacional. É hora de recuperar o canal de diálogo e proteger o que realmente importa: o desenvolvimento do país”, conclui Godke.
Fonte: R7 BRASILIA
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