Medeiros vai apoiar oposição e cita "oportunismo político" em aliança de Mauro com PL

Redação RBMT

Crítico do governo Mauro Mendes (União), o deputado federal José Medeiros (PL) afirmou nesta sexta-feira (5) que não vai pedir votos para o governador, apesar de seu partido estar fechando apoio à reeleição de Mauro. Em conversa com jornalistas durante a convenção do PL, Medeiros afirmou que o governador usou de “oportunismo político” para se aproximar do partido e surfar no apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Para sustentar seu ponto de vista, Medeiros citou que Mauro fez críticas ao presidente por várias vezes durante seu mandato, além de ter assinado cartas que criticavam a forma como o presidente estava conduzindo o combate à pandemia de covid-19 no Brasil.

“A política é como uma rosa, mas também tem seus espinhos. Esse é um dos espinhos. Infelizmente vai ser um aliado que criticou o presidente da República o tempo inteiro, escreveu cartas com os aliados e agora, como o presidente tá, aqui em Mato Grosso, muito bem avaliado, ele, por oportunismo político, vem conosco”, disse.

“Eu sempre falei, e minha posição é bem clara, que o senador Wellington não precisava dele [Mauro] para ganhar essa eleição. Mas, é minha opinião e o partido está fazendo a coligação. Eu já falei para o presidente que eu não sou empecilho para o projeto do partido”, emendou.

Medeiros afirmou que irá fazer campanha para qualquer candidato que faça oposição a Mauro e não esteja alinhado ao ex-presidente Lula (PT), de quem também é crítico ferrenho. O nome mais próximo desse perfil é o da coronel PM Zózima Dias, lançada ao governo pelo PTB. Medeiros disse ver essa candidatura com bons olhos.

CHAPA 'DESIDRATADA'

Sobre as candidaturas do partido para deputado federal, Medeiros afirmou que o PL perdeu importantes nomes na reta final das articulações. Porém, ele ainda acredita que a sigla conseguirá ‘surfar’ na onda bolsonarista em Mato Grosso e eleger dois candidatos na Câmara Federal.

Há pelo menos três nomes fortes para brigar por essas vagas no PL. O próprio Medeiros, que esteve colado em Bolsonaro durante todo o mandato, o deputado federal Nelson Barbudo e o ex-vereador Abílio Júnior.

“Nossa chapa sofreu uma desidratação muito grande nas últimas semanas, mas nós estamos trabalhando para manter os nossos candidatos. Perdemos a candidata Rosana e o Ranale, que só aí já são quase 100 mil votos, mas estamos lutando para manter o Abílio e parece que conseguimos”, concluiu Medeiros.

Fonte: Estadão Mato Grosso