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O próximo governador terá desafios que precisará solucionar em MT

CORRIDA AO PAIAGUÁS

O próximo governador terá desafios que precisará solucionar em MT

Redação RBMT

 

A campanha eleitoral deste ano acontece em um momento em que Mato Grosso apresenta um desempenho econômico muito diferente do restante do país. O estado conseguiu manter o ritmo de crescimento mesmo durante a crise da pandemia, ao contrário do restante do Brasil, e as perspectivas para os próximos anos são positivas, principalmente no tange à industrialização.

 

Neste cenário, o jornal Estadão Mato Grosso buscou o analista político João Edisom para saber quais serão os principais desafios que o próximo governador irá enfrentar.

 

João destacou que estudos apontam um cenário de crescimento para o estado, independente da polarização política. Por isso, os desafios a serem resolvidos devem estar centralizados em três pontos: industrialização, logística e mão de obra.

 

Nos últimos meses, o setor produtivo tem alertado sobre o apagão de mão de obra e as dificuldades enfrentadas na busca de trabalhadores qualificados para fazer frente às necessidades de investimento, especialmente na indústria. Outro problema que o gestor precisará resolver são os grandes gargalos logísticos que ainda existem em Mato Grosso, devido à infraestrutura ainda precária.

 

“Nós temos uma questão muito séria no estado, já está faltando e vai faltar muito mais mão de obra em Mato Grosso. A contrapartida da mão de obra está justamente na chamada “filas dos ossinhos”. As pessoas estão fora do mercado de trabalho, então entra o aspecto educacional, tudo isso num conjunto de coisas, a educação propriamente dita, a educação tecnológica, da inclusão das pessoas no mercado de trabalho. Então, esse é um grande embate dentro dessa trilogia deve seguir todo o processo de cobrança do Estado nos próximos anos”, destacou.

 

PAÍS DENTRO DE UM PAÍS

Na questão econômica, os economistas preveem que 2023 e 2024 serão anos difíceis para o Brasil devido ao descontrole fiscal na esfera federal e ao agravamento da crise geopolítica. Porém, Mato Grosso tem bons índices: é o segundo no país com a menor taxa de desemprego e tem solidez fiscal elogiada.

 

Diante disso, o analista acredita que os fatores externos não devem impactar o estado que, segundo ele, conseguiu se sobressair dos últimos enquanto o país enfrentava uma crise econômica profunda. No entanto, as reformas tributárias, dependendo da forma que forem construídas na esfera federal, podem trazer impactos.

 

“Os estados do agronegócio se transformaram nos últimos anos em uma ilha de prosperidade, dentre os problemas nacionais. Nos últimos quatro anos, não caiu um parafuso em Mato Grosso. O Estado se reergueu sozinho”, avaliou.

 

“Mato Grosso saiu de uma situação difícil em 2018 e está em uma situação extremamente confortável agora. Ergueu com as próprias pernas. Isso é praticamente um país dentro de um país. Lógico que [seria melhor] se o Brasil todo evoluísse, existe algumas áreas que a gente não está conseguindo desenvolver como a área do turismo, sofreu um atraso, poderia avançar um pouco mais. Em várias outras áreas a gente poderia estar buscando uma ampliação, talvez nas vagas em universidades públicas. Mas, no geral, Mato Grosso não sofre tanto impacto das decisões nacional. A não ser que, de repente, por causa dessa loucura toda lá em Brasília, resolve mexer com a Lei Kandir. Independente da forma que mexer e dependendo da reforma tributária que for feita, vai impactar o cidadão aqui”, destacou.

 

FILA DOS OSSINHOS

Um dos assuntos que se tornou central nos embates entre os candidatos ao governo foi a fila dos ossinhos. A fileira de pessoas em busca de doações em um açougue em Cuiabá foi destaque nacional, principalmente no momento em que país tentava se reerguer dos efeitos do coronavírus. Chamou mais atenção ainda por acontecer em um estado conhecido nacionalmente como “grande produtor de alimentos”.

 

Muito foi questionado sobre a falta de política social para atender as pessoas e quem deveria cuidar dessas pessoas. Na avaliação do analista, a cobrança por uma política mais efetiva neste setor irá depender de quem estará no comando do país.

 

“Essa questão poderá ser mais pesada ou menos pesada. Por exemplo, se o atual presidente Jair Bolsonaro for reeleito, dificilmente [ocorrerão esses embates], porque os movimentos sociais perderam muita força. Então, as discussões desse movimento social, principalmente que envolva sindicato, está muito mais para o embate político para Brasília. Caso seja eleito o ex-presidente Lula, esses grupos organizados se fortalecem em suas bases. Eles não vão para o enfrentamento nacional, perdem força, eles não vão brigar contra o Lula, eles passam a brigar com prefeitos e, principalmente, com governadores”, destacou.

 

RODOVIA DA MORTE

Um dos grandes problemas logísticos do estado, a falta de duplicação da BR-163 parece estar chegando a uma solução. Principal rota de escoamento da produção agrícola de Mato Grosso, a rodovia tem sido palco de muitos acidentes fatais nos últimos anos devido à falta de duplicação. Porém, nesta semana o Tribunal de Contas da União permitiu a entrega da concessão ao governo estadual, por meio da MTPar.

 

O atual governador deve assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) já na próxima terça-feira, 4 de outubro, para dar andamento nessa troca. Caso tudo corra bem, a expectativa é que as obras de duplicação tenham início já no próximo ano.

 

Fonte: Estadão Mato Grosso

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