@crsf

TCE-MT alerta: ex-prefeitos podem ser penalizados por deixar dívidas para sucessores

TCE-MT alerta: ex-prefeitos podem ser penalizados por deixar dívidas para sucessores

 

 

O presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, reforçou nesta terça-feira (7) que ex-prefeitos que deixam dívidas para seus sucessores podem ser penalizados. A declaração foi feita durante um evento da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), onde o conselheiro destacou que a prática contraria a legislação e pode resultar em sanções civis e penais, além de ações de órgãos de fiscalização.

“Nenhum prefeito pode deixar dívida para o outro prefeito pagar. Existe penalidade prevista em lei. Você não pode gastar o que não tem e deixar para outro pagar aquilo que você não previu”, afirmou Sérgio Ricardo.

Cuiabá e Várzea Grande sob holofotes

As declarações do presidente do TCE surgem em meio a denúncias de rombos milionários nas prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, as duas maiores cidades do estado. Em Cuiabá, a atual gestão afirma ter herdado um déficit de R$ 1,6 bilhão, enquanto em Várzea Grande o valor chega a R$ 94 milhões. Ambas as situações estão sendo analisadas pelo Tribunal e devem ser esclarecidas por meio de relatórios enviados pelas administrações atuais.

“Hoje há um relatório que os ex-prefeitos deixam e o que os atuais prefeitos vão encontrar. Por isso, o Tribunal de Contas está solicitando de cada prefeito que assume um relatório de como está encontrando a prefeitura, se está do jeito que o antecessor disse que estava”, explicou o conselheiro.

Julgamento das contas

Sérgio Ricardo lembrou que muitas contas de ex-prefeitos ainda estão pendentes de julgamento. No caso das contas de 2024, estas serão apreciadas tanto pelo TCE-MT quanto pelas Câmaras de Vereadores nos próximos meses.

Em um exemplo recente, o TCE emitiu parecer favorável à aprovação das contas do ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), referentes aos anos de 2022 e 2023. O parecer do Tribunal contrariou o Ministério Público de Contas, que apontava um rombo de mais de R$ 1,2 bilhão em 2022. Com base na decisão do TCE, a Câmara Municipal aprovou as contas de ambos os anos, o que gerou críticas e debates entre os vereadores e a sociedade.

Responsabilidade administrativa e financeira

A mensagem do presidente do TCE-MT serve como um alerta aos gestores públicos. Além de reiterar a necessidade de responsabilidade fiscal, o conselheiro destacou que deixar dívidas ou omitir informações financeiras pode ter consequências graves.

“O ex-prefeito pode sofrer ações de órgãos de fiscalização e ações penais e civis se descumprir a lei orçamentária”, afirmou.

Com o foco crescente na transparência e na eficiência da gestão pública, o TCE-MT busca reforçar a necessidade de uma transição responsável e de maior controle nas contas públicas, principalmente em municípios que enfrentam dificuldades financeiras.

Faça um comentário // Expresse sua opinião...

Veja os últimos Comentários

Veja também

CPMI do INSS ouve presidente de sindicato que faturou R$ 221 milhões

CPMI do INSS ouve presidente de sindicato que fatu...

A CPMI do INSS ouve, nesta segunda-feira (3/11), o depoimento de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da

ONU cobra Brasil sobre regras anticorrupção em escritórios de advocacia

ONU cobra Brasil sobre regras anticorrupção em esc...

Um relatório da Uncac - Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção aponta que o Brasil ainda n...

CST do Bioma Pantanal debate pagamento por serviços ambientais e segurança jurídica

CST do Bioma Pantanal debate pagamento por serviço...

A quarta reunião ordinária da Câmara Setorial Temática do Bioma Pantanal foi realizada nesta segunda-feira (3), na Assem...