Empresário foi preso na sexta-feira (12), suspeito de envolvimento no esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios do INSS
O Senado Federal comunicou o cancelamento do depoimento do investigado Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como o "Careca do INSS", na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS. A reunião, que estava prevista para as 16h desta segunda-feira (15), foi cancelada.
A presença do empresário havia sido confirmada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da Comissão, neste domingo (14). Segundo ele, no entanto, a defesa de Antunes informou, já na manhã desta segunda (15), que ele não compareceria ao depoimento.
Preso pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (12), Antunes é considerado o facilitador de um esquema de desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do INSS. Em nota à imprensa, o parlamentar classificou a ausência do investigado como "lamentável".
"Perdemos a oportunidade de ouvir hoje um dos principais investigados no escândalo que desviou recursos dos aposentados. É lamentável, mas a comissão seguirá trabalhando para que a verdade venha à tona e os culpados sejam responsabilizados", disse o senador.
A prisão do "Careca do INSS", decorrente de um desdobramento da Operação Sem Desconto, ocorreu por uma série de práticas que poderiam levá-lo a fugir do Brasil, como aponta relatório da Polícia Federal (PF). Segundo divulgado pelo jornal O Globo, ele é investigado como um dos principais operadores do esquema de desvios de aposentadorias por meio de associações.
A PF afirma que Antunes estava ameaçando testemunhas, usando um estacionamento de um shopping em Brasília para esconder patrimônio e preparando uma rota de fuga para os Estados Unidos.
Isso inclui a compra de uma casa no país norte-americano e a identificação de uma viagem para o exterior "em data próxima" à deflagração da operação sobre as fraudes no INSS.
Apesar do apelido, Antunes nunca foi funcionário do órgão, e é apontado pela PF como "sócio de uma miríade de empresas" que recebiam recursos de diversas associações e os disponibilizava a servidores do INSS.
A movimentação financeira total dele neste período foi de R$ 53,5 milhões, proveniente de entidades sindicais e de empresas relacionadas às associações. Em pouco mais de quatro meses, ele movimentou R$ 12,2 milhões nas contas bancárias pessoais.
O 'Careca do INSS" aparece ainda com 22 empresas listadas como de propriedade dele, nos mais variados ramos. Parte delas era usada nas relações com entidades que recebiam os valores descontados das aposentadorias, diz a PF.
Em Brasília, Antunes ostentava luxo, com 12 carros que incluem modelos como Porsche e BMW, além de um imóvel de R$ 3,3 milhões no Lago Sul, bairro nobre da capital federal, pago à vista por ele, conforme consta na investigação.
O empresário também é apontado como representante legal de uma firma sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, e que a PF acredita ser um paraíso fiscal de Antunes.
"Trata-se, possivelmente, de uma offshore constituída por Antônio Carlos a fim de blindar o patrimônio ilegítimo amealhado", completa a investigação.
diariodonordeste
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