Filha de empresário alvo de operação sofreu bloqueio da Justiça sobre três carros e oito imóveis, sete na capital e um em Chapada

Redação

• 26/09/2024
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Além de bloquear R$ 28 milhões dos alvos da Operação “Suserano”, deflagrada para desbaratar esquema de superfaturamento na Secretaria de Estado Agricultura Familiar (Seaf-MT), a Justiça também sequestrou uma série de bens, como carros de alto padrão e imóveis, sendo sete em Cuiabá e um em Chapada dos Guimarães.

Em nome de Matheus Caique Couto dos santos, acusado de ser laranja na administração da empresa Tupã, a qual firmou contratos superfaturados com cifras milionárias, a Justiça sequestrou um Corolla 2019 avaliado em R$ 101 mil.

Filha de um dos principais alvos, o empresário Alessandro Nascimento, Ana Carolina Ormond, supostamente usada por ele como laranja, teve bloqueada uma Range Rover Evoque, de R$ 330 mil, um Cirtoën C4, e um Chevrolet Montana. Além disso, os oito imóveis, sendo sete na capital e um em Chapada.

O presidente da Pronatur, Wilker Weslley Arruda Silva, sofreu bloqueio em duas motos e uma caminhonete, sendo uma I/Honda ZR-V Touring 2023/2024 (adquiridas em junho deste ano por R$ 186 mil, ambas importadas), um Honda City Touring 2022/2022 (R$ 109,5 mil) e uma Dodge RAM/Rampage RT, de R$ 246 mil. Além dos veículos, Wilker também sofreu o bloqueio de dois imóveis - um em Cuiabá e outro em Chapada dos Guimarães.

Já o ex-secretário da Seaf - exonerado em julho de 2024 da pasta em razão dos indícios de irregularidades -, Luiz Artur de Oliveira Ribeiro, o Luluca Ribeiro, teve seu Honda/Civic EXL CVT 2021/2021 sequestrado na ordem judicial, avaliado em R$ 127 mil.

“Os veículos em nome de Wilker Weslley, pela tabela FIPE e o valor venal dos imóveis (sabidamente inferior ao valor de mercado), aproximam-se da monta de R$ 1.000.000,00, e foram adquiridos a partir do ano de 2022, quando o Instituto Pronatur apresentou uma grande evolução em quesito de volume de contratação por Termos de Fomento com a SEAF.”, diz trecho do relatório.

A operação resultou no bloqueio de R$ 28 milhões dos alvos, além do afastamento dos servidores públicos envolvidos.

Conforme a decisão da Justiça, todos os envolvidos tiveram que entregar os passaportes e estão proibidos de manter contato entre si, com testemunhas e outros servidores da secretaria, além de não poderem acessar as dependências da Pasta. Empresas envolvidas foram proibidas de contratar com o Executivo Estadual.

A operação visa desmantelar um esquema de superfaturamento de compra de equipamentos agrícolas com recursos de emendas parlamentares na Pasta.

De acordo com a Deccor, as investigações tiveram início depois da exoneração de Luluca, em julho deste ano, quando o governo do estado, por meio da Controladoria Geral do Estado (CGE), apontou sobrepreço de até 80% do valor de mercado em termos de fomento que seriam usados para a compra de kits de agricultura familiar, no valor de R$ 28 milhões.

Além do ex-chefe da Seaf, também foram alvos o dono de artigos esportivos Alessandro do Nascimento, e sua filha, Ana Caroline Ormond Sobreira Nascimento, o primo dela Matheus Caique Couto dos Santos, Diego Ribeiro de Souza, Rita de Cássia Pereira do Nascimento, Wilker Weslley Arruda Silva, Yhuri Rayan Arruda de Almeida, Luzenildo Ferreira da Silva e Leonardo da Silva Ribeiro.

Os policiais civis cumprem mais de 50 ordens judiciais, sendo 11 mandados de busca e apreensão, nos endereços dos investigados em Cuiabá, Várzea Grande e Alto Paraguai, por equipamentos eletrônicos e documentos.

Fonte:olharjuridico.com.br